Insights

Uma oportunidade para a 3AW

Crise Sanitária

Desde o início da pandemia, o bombardeio diário de informações nos deixa cada dia mais estarrecidos. Os números de casos e mortes vêm aumentando no Brasil de tal modo que o país já é considerado o novo epicentro da doença no mundo, segundo estudos do Laboratório de Inteligência em Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligado à Universidade de São Paulo (USP). De acordo com as estimativas da equipe coordenada pelo professor Domingos Alves, "Mesmo que haja subnotificação nos Estados Unidos, o número real de casos por lá poderia até encostar, mas não ultrapassaria o do Brasil". Dados da Universidade Johns Hopkins mostram que o Brasil já é o segundo país em número de casos por 100 mil habitantes, atrás apenas dos EUA, em comparação com os dados do 83º dia do surto. O Brasil confirmou seu primeiro caso apenas no fim de fevereiro, semanas depois dos EUA e da Europa. Hoje, em relação às mortes por 100 mil habitantes, nosso país está atrás de EUA, Itália, França, Espanha e Reino Unido, mas, segundo Alves, “nos próximos dez dias”, o Brasil deve ultrapassar todos eles, com exceção dos EUA. No mesmo período da epidemia nesses países, as curvas de casos confirmados e óbitos já apontavam para baixo ou indicavam uma estabilização, enquanto que as do Brasil continuam a subir, sendo que ainda não chegamos ao pico. A pandemia escancara as fragilidades da saúde pública brasileira, mas a tragédia dos números da COVID-19 é ainda mais acentuada em outros setores do país. 

 

Crise Econômica

A pandemia provocada pelo novo coronavírus fará a economia brasileira encolher 5,2% neste ano, como prevê a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Segundo o órgão, vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), a América Latina sofrerá a pior crise social em décadas, com milhões de pessoas passando por desemprego e pobreza.

O número está próximo da previsão para o impacto na América Latina, cuja economia se contrairá 5,3% em 2020, o pior desempenho desde que começaram os levantamentos no continente, no ano de 1900. Os principais impactos econômicos sobre a região virão da queda no valor das matérias-primas, das quais dependem as exportações de muitos países, inclusive o Brasil, e da paralisação de setores como o turismo.

No Brasil, o Indicador Antecedente Composto da Economia Brasileira (IACE), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) em parceria com The Conference Board (TCB), organização sem fins lucrativos para membros de empresas e grupos de pesquisa, caiu 10,1% em abril, em comparação com março, passando de 112,6 para 101,2 pontos. 

Essa é a maior queda da série histórica iniciada em 1996, de acordo com a FGV. Em março, o IACE teve redução de 6,2% em relação a fevereiro (120,1 pontos). Segundo pesquisa divulgada pela FGV, no Rio de Janeiro, a variação acumulada nos últimos seis meses (de outubro de 2019 a abril de 2020) também ficou negativa, em 14,2%. Das oito séries componentes do IACE, os índices de expectativas da indústria, serviços e consumidores foram os que mais contribuíram negativamente para o resultado, mostrando recuos na margem de 46,6%, 33,5% e 28,9%, respectivamente.

 

Blindagem 3AW

Semanalmente, desde o início da crise provocada pela pandemia, o departamento de planejamento da agência vem desenvolvendo reports para os principais segmentos dos nossos clientes, a fim de não só informar nossos colaboradores, como também sugerir e implementar de forma proativa ações de comunicação que possam agregar relevância às marcas, aos produtos e aos serviços com que trabalhamos.

O ICVA, Índice Cielo do Varejo Ampliado, informou que as vendas no varejo caíram 36,5% em abril, em comparação com o mesmo período de 2019, por conta da pandemia do novo coronavírus. Segundo o documento, o resultado é o pior já visto desde a criação do índice em janeiro de 2014. “Diferente de março, quando as vendas sofreram um baque apenas nas duas últimas semanas, o mês de abril foi afetado pela COVID-19 em seus 30 dias. Com exceção de supermercados e hipermercados, veterinárias e petshops, todos os setores apresentaram quedas nas vendas, com alguns, inclusive, chegando a quedas de 80%”, afirma Gabriel Mariotto, diretor de Inteligência da Cielo. 

 

Então, o nosso segundo report do planejamento da 3AW (dia 9 de abril) já apontava o aumento nas vendas dos supermercados, o único player no varejo que continua a ter bom desempenho durante todo o isolamento social. Assim, como a 3AW vem mantendo uma ótima performance, mesmo diante da pior crise econômica em 100 anos, de acordo com especialistas? Novos modelos sugeridos pela agência, principalmente no modelo híbrido, físico/digital, vêm ajudando ainda mais as vendas do nosso principal cliente, os Supermercados Mundial. Já a FGV, o nosso principal cliente no setor de educação, destaca-se no seu segmento durante o período da pandemia com conteúdos pertinentes, variados e bem produzidos, que dialogam bem com o momento. Ao mesmo tempo, todas as campanhas criadas pela 3AW foram adequadas ao momento no intuito de fortalecer a marca FGV.

Enquanto nos setores de energia, a produção da Petrobras cresceu no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019, apesar da crise da COVID-19. O dado faz parte do relatório trimestral divulgado no dia 27 de abril pela companhia, que admitiu que os esforços de redução na mobilidade dos brasileiros, por prefeituras e governos estaduais no mês de março, acabaram reduzindo o consumo de derivados de petróleo, notadamente gasolina e diesel. Porém, ao mesmo tempo, foi verificado um crescimento no uso do gás liquefeito de petróleo (GLP), usado como gás de cozinha. Percebemos o momento, e os departamentos de planejamento, criação, mídia e atendimento da 3AW estão trabalhando em um plano para a rede de gás encanado da Naturgy, nosso principal cliente desse segmento.


3AW Surfando no “Novo Normal”

Se os clientes precisam pensar com a ajuda das agências em novos modelos de operação de seus negócios, as agências também. A agência vem notadamente trabalhando muito bem durante a crise. Em apenas uma semana, migramos 100% dos nossos colaboradores para o home office e, desde o início, operamos no ambiente digital sem qualquer prejuízo às entregas para os nossos clientes.

O novo coronavírus não ficará por 1 ou 2 anos, como preveem especialistas na área da saúde, mas ficará por 100 anos na nossa sociedade, mesmo depois da descoberta de sua vacina. Explico a tese: esse vírus mudou a nossa sociedade para sempre.

Nesse sentido, Google e Facebook já anunciaram que todos os seus colaboradores não precisam trabalhar em nenhum de seus escritórios físicos até 2021. Se pararmos para pensar no assunto, surge a seguinte questão: por que gastar tanto para ter um grande escritório físico se podemos realizar toda a operação da agência no ambiente digital, como fazemos atualmente? 

Trabalhar de casa costuma ser visto como algo desejável somente para os funcionários. Para o dono do negócio, restaria somente a desconfiança: o que meu empregado está fazendo longe do alcance dos meus olhos? Bem, parece que o senso comum falhou novamente. Uma pesquisa acaba de provar que trabalhar de casa é bom para todo mundo, pois gera menos estresse para o empregado e mais produtividade para a empresa.

Hoje em dia, cerca de 10% dos trabalhadores dos EUA têm pelo menos um dia de home office por semana. Partindo desse dado, a Universidade de Stanford resolveu investigar o tema. Uma empresa chinesa de telemarketing submeteu 250 funcionários a um teste por 9 meses: uma parte deles trabalharia de casa 4 dias por semana, enquanto o outro grupo seguiria a rotina normal, da casa para o trabalho, do trabalho para a casa. A conclusão foi a seguinte: a turma que trabalhou de casa teve uma performance 13% melhor do que a que estava trabalhando do escritório. Esse número é motivado por algumas questões principais: eles ficam menos doentes, não perdem tempo no trânsito, tem mais contato com a família e fazem menos pausas, o que aumenta a sua produtividade.

Claro! Somos seres humanos originalmente acostumados a viver no mundo físico, mas talvez um novo modelo híbrido, físico/digital, que já sugerimos para alguns de nossos clientes, seja uma evolução. Ainda assim, poderíamos ter uma estrutura física mais enxuta e econômica para receber ou apresentar presencialmente importantes pitches de projetos a nossos clientes. O fato é que, cada vez mais, os mundos físico e digital vão se fundir até praticamente tornarem-se apenas um. Por último, e não menos importante, o talento dos colaboradores não estariam mais restritos à proximidade física ou ao raio de proximidade de um escritório físico de uma agência de publicidade. Os talentos da agência não obedeceriam mais a sua localidade, e sim tão somente a sua força criativa, ou seja, o ativo mais importante e essencial de qualquer agência de publicidade em qualquer parte do mundo, a valorização total do talento e ponto.

As agências que surfarem melhor nessa nova onda estarão “futurando” no seu segmento e ainda faturando com isso. Assim, a 3AW, especificamente, poderá passar de um modelo “Brand Beyond Borders” para um modelo “Talent Beyond Borders”.