Insights

O futuro não demora

Faça um teste rápido: pegue algo que você aprendeu um mês atrás e aplique aos dias de
hoje. Se o resultado for o mesmo, provavelmente você não aprendeu nada. E fique
tranquilo, pois isso não é sobre você, mas sobre o mundo. Diante de tantas mudanças
que aconteceram no mundo em tão pouco tempo, como reaprender a aprender?
Ao longo destes meses de pandemia, o planejamento da 3AW reaprendeu muitas coisas,
mas a principal delas foi o desapego em sermos mestres de velhas certezas. Logo de início,
acompanhamos os setores dos nossos principais clientes (Educação, Varejo e Gás/Energia)
por meio de relatórios semanais. Assim ficou mais fácil caminhar entre tantas tendências
que surgiram no caminho.
Olha aí outro aprendizado: falar de tendência sem sentir o consumidor só fica bonito no
PPT. Aqui a gente precisa falar do setor da educação. O nosso planner João Carvalho, que
acompanhou o setor durante o período, afirma com tranquilidade que, após meses de
pandemia, “o cenário ainda é completamente confuso”. Não é para menos, pois a falta de
consenso sobre o retorno às salas de aula, a evolução impactante do EAD e o gap que o
momento vai causar pela falta de acesso e estrutura do país para uma educação digital são
um terreno fértil para incertezas.
Isso não é tudo! Eu peço licença, caro leitor, para jogar alguns dados sobre o setor de
educação em cima de você. Segura!
- A UNESCO estimou em aproximadamente 1,5 bilhão o números de estudantes que
ficaram sem ou ainda estão fora das escolas e universidades em 168 países.
- O Google, em seu levantamento durante a quarentena, observou um salto de 130% nas
buscas por especializações a distância.
- Os cursos que estão fazendo mais sucesso entre os brasileiros na plataforma Udemy são
os de habilidades de comunicação (aumento de 131%), mindset de crescimento (aumento
de 206%) e redes neurais, modelos computacionais inspirados no sistema nervoso central
(aumento de 61%).
- O EAD vem quebrando barreiras e se tornando algo mais atrativo também para o público
classe A. Este público busca muitos cursos gratuitos (principalmente de instituições com
renome), mas é comum a busca por pós-graduações e cursos de curta e média duração.
- Cerca de 40% do público brasileiro afirmou ter passado mais de 3 horas do dia no
YouTube desde o começo do isolamento. Além disso, 30% disseram que assistiram mais
YouTube do que na última semana.
- O fechamento de escolas afetará a economia global até o fim do século; OCDE prevê
perda de 1,5% no PIB.
Respira e não pira, porque outra coisa que reaprendemos neste período foi ver o copo meio
cheio. Sim! Este texto não é só #gatilho. A digitalização do consumidor, a grande oferta de

produtos em modalidade EAD e as parcerias público-privadas em momentos de crise
apontam que o setor educacional caminha para um novo patamar de entrega técnica,
praticidade e personalização. Em 6 meses, vivemos anos de tendências previstas para o
setor. E isso cria um universo novo de possibilidades, em que é possível repensar modelos
e antigas fórmulas.
- Na China, segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, 120 milhões de crianças e
jovens passaram a ter acesso ao conteúdo escolar via transmissões de TV, ao vivo.
- A Unicef e a Microsoft criaram um App para levar conteúdo escolar até regiões mais
remotas do planeta.
- No Brasil, a operadora de celular Claro e o curso online descomplica oferecem conteúdo
para o Enem dentro do plano da operadora. Nos pacotes pré-pago, o acesso ao conteúdo é
gratuito, bastando ativar via SMS.
- O Governo do Estado do Maranhão e a Rádio Mirante AM firmaram uma parceria para
transmitir uma série de audioaulas preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) enquanto as aulas estiverem suspensas, devido a pandemia da Covid-19.
- O grupo de ensino Cruzeiro do Sul Educacional, em parceria com a empresa Surf
Connect, criou a Cruzeiro Telecom, uma operadora virtual de telefonia celular. O plano
básico oferece 9 GB de internet, ligações ilimitadas e 100 SMS por R$25,00, e também
inclui acesso gratuito às plataformas de estudo das instituições de ensino superior do grupo.
Dessa maneira, os estudantes não precisam usar os dados contratados para acessar esses
canais.

Caso você esteja lendo até agora em busca de respostas, sinto muito lhe desapontar com
uma pergunta: você está pronto para reaprender?

Se o consumidor já é digital hoje, até quando vamos ficar falando de on e off? Se as
tendências mudam de um dia para o outro, até quando vamos criar estratégias rígidas e de
longo prazo? Se o setor educacional está mudando, por que agir e olhar para ele da mesma
maneira?


O futuro não demora! Ele não quer que a gente pense em “quando”, mas em “como”. Você
está pronto para reaprender?