Ninguém gosta de publicidade
Ninguém gosta de publicidade, e as pessoas continuarão não gostando. Então, desculpe se é um pouco sensacionalista começar um texto dessa maneira, mas a verdade é que só publicitários gostam mesmo de publicidade. As outras pessoas, o público em geral, rejeitam a propaganda desde aqueles folhetos que não pegam na rua até o comercial que pulam no YouTube; simplesmente a ignoram virando uma página da revista ou indo ao banheiro no intervalo.
E se, a partir de agora, nada voltará a ser como antes. Se as mudanças vieram para ressignificar coisas básicas das nossas vidas. Se o "novo normal" trouxe a necessidade de novos comportamentos. É exatamente por consequência desses clichês contemporâneos de que tudo será diferente que posso afirmar que pelo menos a publicidade vai se comportar exatamente igual.
Acredito que poucas coisas mudaram tanto nos últimos 100 anos como a publicidade. Desde os informativos nos jornais até as campanhas de branded content de hoje, a publicidade trabalha com o ineditismo, o novo, aquilo que nunca foi feito antes. A publicidade tem o desafio das mudanças no DNA ou pelo menos deveria ter. Portanto, é exatamente isso que nos dá a capacidade de reinventar, gerar valor às marcas, provocar os concorrentes de nossos clientes a serem melhores e registrar na memória dos consumidores, produtos com campanhas inesquecíveis.
Entre uma crise e outra, a publicidade sempre trouxe uma solução. Para qualquer novidade no mercado, algo transformador também ocorreu na publicidade. A capacidade de se inovar perante as novidades faz da publicidade o que ela é. Saiu do jornal para o rádio, do rádio para a TV, da TV para a internet, sempre encarando a mudança e oferecendo algo novo, uma ideia criativa ou estratégica que ninguém usou antes.
É essa capacidade de estar à frente que leva as marcas a lugares inimagináveis. Afinal, qual outro setor pode dizer se algo está fora de moda é porque está velho? Sim, em publicidade, se todo mundo está fazendo o mesmo, isso quer dizer que ninguém se destacou, e todos erraram igual, pois acertar é percorrer um caminho inédito.
Sendo assim, como estava em um dos nossos planejamentos, "é impossível ser mestre das velhas certezas" no entendimento de novas realidades, nesta reinvenção de mundo em que vivemos e na ressignificação de marcas. Porém, sabemos que a adaptação a novas realidades e paradigmas será necessária, os desafios sociais e econômicos serão enormes, o futuro é incerto e tudo mais. Já, para nós, tudo será como sempre foi: momento de encarar o desafio é buscar o novo, até porque as pessoas continuarão não gostando de publicidade, continuarão pulando comerciais do Youtube, rejeitando ainda mais os folhetos, indo ao banheiro no intervalo e, sem dúvida, apaixonando-se por aquela publicidade que, de maneira inovadora, quebrar a barreira e alcançar um lugar especial nas mentes e nos corações.
