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A evolução da propaganda ao longo dos anos

Ao analisarmos a evolução da propaganda ao longo dos anos, fica evidente a mudança radical que aconteceu nos meios de comunicação. Hoje em dia, as pessoas estão mais exigentes quanto ao conteúdo que será consumido, podendo decidir o que querem ver e quando querem ver. 

     A necessidade de agradar ao público e de acompanhar as evoluções sociais é, justamente, o fator de mudança mais marcante da publicidade. E sabemos que o que era aceito antigamente já não é mais tão bem-visto hoje. Antigamente existiam propagandas de mulheres grávidas fumando cigarro e atualmente isso é algo inaceitável. No passado as propagandas tinham uma conotação extremamente machista e hoje, novamente, isso é impensável.

   Assim, percebemos que há uma forte tendência para que as empresas entrem no debate sobre as questões da sociedade. Ao assumir esse tipo de posicionamento, as marcas tornam-se mais humanas e próximas do seu público, sejam consumidores, colaboradores, investidores, entre outros. Hoje, definitivamente, as marcas podem fazer a diferença na defesa de causas — e a sociedade espera isso delas.

   Além desse posicionamento das marcas, o consumidor não espera apenas comprar um produto, ele quer vivenciar a experiência que ele pode oferecer. Nesse sentido, mais do que comunicar, o grande desafio é engajar, envolver os públicos e se aproximar deles para compartilhar responsabilidades. 

   A sociedade atual não quer mais um marketing focado apenas em vendas, autopromoção ou na comunicação unilateral. O que as pessoas querem é dialogar e se conectar com as marcas, para que juntos consigam fazer alguma diferença no mundo. As organizações estão com a oportunidade de encontrar a convergência entre seu propósito e as demandas da sociedade, engajando seus públicos na busca por impacto positivo.

   Um estudo da agência Ana Couto Branding, em parceria com a Officina Sophia Conhecimento Aplicado, revelou que os jovens consumidores estão mais dispostos a comprar um produto ou escolher uma marca que tenha um propósito relevante e, inclusive, pagar mais por isso. 

   “O Itaú, por exemplo, é uma marca que está fazendo um esforço claro nessa intenção de mudar o mundo, e já começa com a conquista de ser bem percebida dentro de um segmento difícil, como o financeiro.”, aponta Ana Couto, CEO e diretora de criação da Ana Couto Branding, o futuro é das marcas com propósito.

  O estudo revelou que 68% dos jovens de 18 a 24 anos estão dispostos a trocar as marcas que se relacionam hoje por outra que tenha algum propósito relevante, e que chegariam a pagar até 15% a mais em produtos e serviços por conta disso.

   “Essa é a evolução do papel das marcas na sociedade e não tem mais volta, pois os desafios do século XXI são enormes e nos fazem entender que, no ritmo que as coisas estão, não evoluir é nocivo para nossa existência. As marcas apenas centradas na venda de um produto/serviço e foco em resultado financeiro serão cada vez mais comoditizadas.”, afirma.

   Diferentemente do Itaú, uma marca que vem encontrando dificuldade em se relacionar com o público é a Victoria’s Secret, que inclusive decidiu cancelar o Victoria’s Secret Show justamente pela falta de representatividade na marca. O último desfile, em 2018, alcançou a menor audiência de todos os tempos. Ano passado as ações da empresa caíram 41% e o principal motivo de reclamação das clientes são as peças serem muito apertadas, focadas em corpos magérrimos, que não seriam reais.

   Mesmo com modelos de diversas etnias e a inclusão da primeira topmodel transgênero na empresa, a marca ainda parece ter uma dificuldade em acreditar que mulheres de verdade – e compradoras de lingerie – pesam mais de 45 quilos.

   Enxergamos isso como uma verdadeira revolução na comunicação, e ficamos felizes por ver grandes marcas representarem as mudanças de uma forma tão única e criativa. Muitas vão ficar para trás, mas isso é porque o velho pensamento conservador já não nos serve mais.